quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Ana Maria F.Borges  Orientadora Educacional, Professora da UNISANTA, Membro Projeto Criança -  
" A vida real seria insuportável, se não fossem os sonhos" (Anatole France)

Brincar o que significa exatamente esta palavra no mundo da educação infantil?
Brincar é atividade mais importante da infância. Por meio dos jogos, das brincadeiras as crianças aprendem a se relacionar com o mundo a sua volta. O brincar é um fenômeno universal. O jogo esta presente em todas as formas de organização social. Na área educacional contamos com os referenciais nacionais de educação infantil, documento que é constituído de um conjunto de referências e orientações pedagógicas. Este documento salienta a importância do brincar, como enriquecimento da própria identidade da criança experienciando outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre coisas e pessoas. Enfoca que a motivação da brincadeira é sempre individual e depende das emoções de cada criança que podem ser vivenciadas em comum, em situações de interação social. O documento como o próprio nome diz, é referência para a orientação dos profissionais da educação; não é uma "cartilha". Temos, sim, subsídios para podermos entender, avaliar, reconsiderar, concluir, enfim ampliar concepções da educação infantil. Há diversos recursos para mostrarmos à sociedade como um todo, o verdadeiro valor desse nível de ensino. As universidades, os centros de pesquisas podem desempenhar papel importante realizando investigações do desenvolvimento infantil, divulgando estudos e assessorando equipes.
Por meio dos jogos e brincadeiras as crianças adquirem e testam novos conhecimentos. Representam situações que observam no seu dia-a-dia, expressam suas angústias, seus medos, suas necessidades, seus prazeres, suas fantasias. As brincadeiras deverão ser feitas seguindo um enfoque baseado na teoria do desenvolvimento infantil, ou seja, respeitando as características de cada faixa etária de cada criança e levando em consideração que esta é um ser único desde que nasce.
Será que um recém-nascido, já é capaz de brincar? O recém-nascido reage ao ambiente por meio de suas sensações, quem brinca é a mãe. A mãe faz a ponte do mundo externo para o interno. Aos 4 meses a criança começa realmente a brincar, possibilitada pelo controle dos movimentos (o olho já se torna diretor, há precisão nos movimentos das mãos). Ela brinca com sons e repete-os é uma preparação para a linguagem. Brincar com objetos variados vai fazendo com que a criança forme noções básicas como: peso, textura, altura distância. É fundamental que os adultos procurem tocar, observar e interagir com crianças, desde bebês. Estímulos devem fazer parte do cotidiano infantil, possibilitando diversificar as experiências e oferecer oportunidades para a ampliação do seu conhecimento.
Por volta dos seis meses aparecem os dentes, fato que vem a vivenciar de forma lúdica e que representa o processo de abandonar a relação única com a mãe. Morde objetos, enfia o dedo no nariz, na boca. Para a psicologia simboliza a questão do amor; a preparação da forma adulta de amar. Entre 8 e 12 meses, a criança se desloca no espaço engatinhando. É o momento que brinca de espelho. Ela não percebe que é ela. A mãe fala várias vezes e assim ela começa a se reconhecer; como um corpo separado da mãe. Há importância dos animais de estimação, onde serão objetos de amor e maus tratos.
Aos 2 anos são interessantes brincadeiras de passar água e areia de potes. Simboliza a necessidade de controlar os esfíncteres. É interessante estar realizando mais atividades neste sentido com aquelas crianças que apresentam maiores dificuldades quanto a esse controle. Aos 3 anos pega no lápis. Primeiras figuras humanas. Dá um grande significado; é a maneira de gravar sua própria identidade, para que ela se aproprie de seu corpo. Aos 3/4 anos existe um valor maior das histórias infantis. Elege pessoas da família para ser seu contador, como também cria as suas próprias histórias. As brincadeiras antigas; as músicas, as dramatizações, os livros, as histórias na sua diversidade: fábulas, lendas, carochinhas, parlendas; as conversas e os passeios, são indispensáveis para favorecer o desenvolvimento da criança e favorecer suas várias formas de expressão.
"Brincar é um processo que também ensina à criança limites entre a realidade e o imaginário, funcionando como um fator de extravasamento de emoções que pode inclusive, prevenir a violência na fase adulta. Quem brinca é a mãe ou a pessoa que cuida da criança, transmitindo-lhe afetividade e estabelecendo vínculos importantes para o seu crescimento" (Infância sem brincadeiras pode criar adulto violento - entrevista dada ao Diário Oficial do Município de Santos, em 28 de Maio de 1999).

2 comentários:

  1. Mesmo já com os filhos crescidos, pude lembrar das fases descritas no seu post em paralelos a eles pequeninos. Super! Eles foram logo cedo, aos 8 meses, para creches e pudemos notar essas preocupações nos bons educadores que lá ecnontramos (ah, como foi difícil encontrar a creche adequada...). Havia teoria por trás das atitudes.

    Sempre ouvi falar fas fases oral e anal, do desenvolvimento da criança. Deve ter amarração entre elas e o que você descreveu, né?

    Obrigado!!

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  2. Lendo este seu artigo me revi em várias fases da minha vida.Viagei, brinquei, me envolvi e senti tudo do fundo do meu coração!Me vi criança e senti a grande dificuldade, que tive para brincar, pois meus pais não partilhavam do pensamento que criança devesse brincar. Mas pude brincar de ser mãe quando tive meus filhos!
    È isso mesmo amiga ,voce está certíssima!Parabens!!!Beijos!!!

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