quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Como deixar de falar em brinquedo, em plena semana da criança?


Datas como esta pode ser uma oportunidade para se repensar valores em relação ao consumo. O mercado de produtos infanto- juvenis não para de crescer. A publicidade surte grande efeito, pois a presença da televisão e da internet faz parte do cotidiano cada vez mais. O exagerado comportamento consumista, que inicia quando se valoriza demais o ter em prejuízo ao ser, além de poder prejudicar as condições econômicas no presente, com excessivos gastos e preocupações com marcas famosas, compromete a sustentabilidade da vida do ser humano no planeta, futuramente.
Então como proceder para que as crianças entendam o significado de suas compras?Algumas atitudes podem minimizar a influência, primeiramente pela própria família, quanto a comportamentos, pois as crianças normalmente os imitam. Dialogar com as crianças sobre produtos e publicidades é importante.Mostrar alternativas que possam ser estimulantes, criativas, e que venham a agradar , com um valor menor, também faz parte do aprendizado .A família  ao se  fazer mais presente no ato de brincar, é fundamental, reforça os laços afetivos,muito embora com tantos afazeres do dia a dia se torne cada vez mais difícil .
Agora como podemos negar a importância do brinquedo no desenvolvimento infanto-juvenil? Não, há como negar.Só se faz necessário construir aos poucos a consciência do poder ter o “objeto” tão desejado. Discutir de modo objetivo, transparente sobre as possibilidades de poder ou não comprar, abre espaço para diálogo, é um modo de educar. Não adianta dar tudo para uma criança porque mais cedo ou mais tarde, a vida vai mostrar que as coisas não são assim, e como a criança pode não estar preparada, acaba sofrendo muito mais.Muitas vezes se confunde amor com ceder a todas as vontades. Neste caminho observamos que é uma maneira de compensar, em alguns casos, a ausência diária, a falta de tempo de se ficar com a criança.Na verdade o que a criança pede é atenção, carinho, e não tanto o que lhe é oferecido materialmente.
Observamos que muitos dos brinquedos tão almejados, depois de alguns dias são substituídos por outros.Na verdade o que ela queria era preencher um vazio que brinquedo algum vai ser capaz de substituir.
Quem tem filhos sabe o quanto é complicado em determinados momentos dizer não àquele brinquedo maravilhoso que você gostaria de ter. São prazeres que várias vezes desejamos dar aos nossos filhos e a nós mesmos.Aí que entra o dosar, o que são apenas desejos que repetem-se constantemente. É importante que a criança saiba que o dinheiro é fruto do trabalho, e não aparece de maneira mágica. O que se percebe muitas vezes é que não há mais apego aos brinquedos que acompanham uma criança durante uma fase, pois é muito fácil de ser trocado e descartado.
Mas, quem não se recorda daquele brinquedo tão desejado?Aquele que sonhávamos acordado, que esperávamos ganhar, que tínhamos uma relação de afeto.Se, formos buscar em nossa memória, não será nada difícil lembrá-lo, e será ainda muito prazeroso.Afinal,marcam a nossa história de vida.Quantos de nós, ainda temos pequenos “brinquedos”na idade adulta.
A história do brinquedo acompanha a história da humanidade. Os brinquedos sempre estiveram presentes na sociedade, sob diferentes formas e materiais.
Brinquedos são de vital importância ao desenvolvimento e conhecimento , por estimular a imaginação, a capacidade de raciocínio, a auto- estima.Brincando,experimentamos,descobrimos,inventamos,aprendemos.O brincar estimula  o desenvolvimento da linguagem, do  pensamento, da concentração, da autonomia.O brinquedo proporciona uma forma de se conhecer o mundo que se tem ao redor, dando asas à imaginação.O brinquedo é construído para exercer funções distintas conforme o ambiente que é utilizado. Por exemplo um dragão é um brinquedo comum na China. Simbolização que adquire e o modo como ele é utilizado no brincar, independe daquela pensada na sua construção, muda como muda o ambiente e o manipulador.
Neste período onde presenteamos as crianças, devemos ter alguns cuidados com a escolha dos brinquedos.É primordial que o brinquedo seja seguro. Até aos três anos, as pessoas têm de ter maiores cuidados porque a principal maneira que a criança explora o mundo é levando os objetos à boca.De modo geral a seleção de brinquedos envolve aspectos: ser durável, atraente, adequado, ter garantia de segurança -selo de segurança fornecido pelo INMETRO, não estimular a violência, incluir diversidade de materiais e tipos – Tecnológicos, industrializados,artesanais e produzidos pelas crianças e adultos.Deste modo,é necessário considerar: tamanho, durabilidade, bordas cortantes ou pontas,não tóxicos, evitar os que tem cheiro de alimentos,não inflável,lavável e feito com materiais que podem ser limpos, divertido.
Dia da Criança..........um dia como outro, pois o que importa é o modo como as relações se estabelecem, como são construídas ao longo do tempo. O essencial é o amor, a afetividade, a sabedoria para conduzir ao caminho do diálogo, do entendimento.Saber que erramos,mas que, com esses erros temos a oportunidade de crescer, aprender. Não somos perfeitos, nem temos que desejar a perfeição,não vemos o mundo do mesmo modo, somos apenas pessoas em construção !

Ana Maria Fontes Borges

Um comentário:

  1. Impressionante como você expressou o relacionamento que tem que se ter entre brinquedo e criança. E, principalmente, nos provedores dos brinquedos, que somos nós...

    Acho que fomos abençoados com crianças não consumistas, e portanto, não escandalosas, batredoras de pé. Então, não tivemos qualquer problemas com isso...

    Ou então, nós é que conseguimos que fosse naturalmente assim, não é mesmo?

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